segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
Molda em duas colunas os teus braços.
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso ao quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do tempo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.

Ruy Cinatti
(1915-1986)
Digam-me que o amor não morreu...

3 comentários:

pamita star disse...

O amor não morreu, nunca há-de morrer.
Vem sempre alguém, e os sonhos não vão gelar.

:)

Miss* Duvalle disse...

O amor é o ultimo a morrer...pode é variar de dono, mas seguramente que é imortal!

Não há razões para aflição! :)

Gisa disse...

Ah, pensei que fosse a esperança, aúltima a morrer LOL =) não estou aflita, qd morre já não há nd a fazer =p *