segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
Molda em duas colunas os teus braços.
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso ao quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do tempo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.

Ruy Cinatti
(1915-1986)
Digam-me que o amor não morreu...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Se eles vão, eu escorrego.
Se ficam, eu tropeço.
Se não desço, só quero subir...
e se vou a subir, não quero lá tocar!

Desenlacem-me os botões e deixem correr a luz...